Formação de Mergulho

FORMAÇÃO DE MERGULHO GUE

A GUE é líder na formação de mergulho, tendo sido pioneira no desenvolvimento de inúmeras inovações de formação, e tendo como recurso um plantel de instrutores de primeiro plano.

Oferecemos uma vasta gama de programas de formação, desenvolvidos por exploradores cuja missão foi a de criar comunidades de mergulhadores capazes de se articularem em iniciativas globais.

Este currículo oferece formação dirigida a todos os níveis e interesses, desde a iniciação ao mergulho e mergulho recreativo, até ao mergulho técnico e mergulho em gruta; sempre com o objetivo de elevar a qualidade da formação a nível da indústria do mergulho.

Os primeiros programas de formação da GUE foram inicialmente desenvolvidos para apoiar projetos globais de exploração, e subsequentemente refinados para incorporar as necessidades de mergulhadores recreativos. Esta formar de “começar com o fim na mira” produz mergulhadores altamente competentes e possibilita uma transição natural do mergulho recreativo ao mergulho técnico e além.

O valor da formação GUE atinge a sua maior expressão quando os mergulhadores aderem às comunidades e projetos de mergulho. Estas atividades oferecem inúmeras oportunidades de interação social, e apoio mútuo entre os membros dos projetos..

Os programas de formação variam desde especializações para mergulho com fato seco, mergulho com scooter (DPV – Diver Propulsion Vehicle), resgate, fotogrametria e o mais reconhecido, o GUE Fundamentals, que continua a ser o programa de formação mais duplicados na indústria do mergulho. A GUE mantem um sistema de qualidade ímpar na indústria com várias inovações pioneiras, como por exemplo a requalificação periódica de todos os instrutores, questionários de controlo de qualidade a todos os alunos, e renovação das certificações de mergulho..

A GUE produz um leque alargado de material didático e de apoio, tanto para os cursos de mergulho como para a indústria no seu geral. Estes materiais incluem livros, apresentações ao vivo, vídeos de técnicas e divulgação de mergulho, e materiais próprios dos programas de formação. A revista Quest, publicada trimestralmente pela GUE, contém artigos diversos sobre ecologia, equipamento, formação, técnicas, exploração, locais e viagens de mergulho e muito mais..

Como se deveria aprender a mergulhar?

O mergulho tem o potencial de ser uma experiência positiva e única, capaz de mudar o rumo de uma vida.

Infelizmente, aqueles que se iniciam na prática do mergulho têm frequentemente uma experiência diferente e muitas vezes negativa. Isto deve-se em grande parte à forma como a formação é tradicionalmente ministrada aos iniciados do mergulho.   

Para poder verdadeiramente desfrutar da experiência subaquática, os mergulhadores devem ser capazes de manter a sua posição na coluna de água e executar procedimentos críticos para a sua segurança com o mínimo de esforço (estes procedimentos incluem a limpeza da máscara, troca de reguladores, e técnicas eficientes de propulsão). Infelizmente a muitos dos mergulhadores iniciados, e até aos mais experientes não lhes foi dada a possibilidade de aprender e desenvolver estes procedimentos da melhor forma possível. 

Embora estas técnicas essências sejam apresentadas na maioria dos cursos, são frequentemente vistas de forma isolada, e raramente integradas no seu conjunto, levando a que não sejam treinadas e repetidas suficientemente para se poderem realizar de forma competente e confortável. A limpeza da máscara por exemplo é tipicamente ensinada com o aluno de joelhos no chão, e basta o aluno ter realizado a tarefa uma vez, mesmo que de forma pouco satisfatória, para prosseguir para outras tarefas. Na GUE estes procedimentos não são vistos com uma lista de tarefas a cumprir, mas como um meio de, através da repetição e de uma progressão gradual obter mestria na sua execução.

Mas a formação não é toda igual ?

Muito dos problemas no mergulho têm origem numa formação insuficiente e demasiado rápida, realizada por instrutores pouco experientes, o que origina mergulhadores mal preparados, pouco confiantes nas suas competências e desconfortáveis na água não lhes sendo possível disfrutar da experiência do mergulho. Esta situação não significa que os instrutores não se interessem pelos resultados dos instruendos, mas a verdade é que na sua maioria estes encontram-se integrados num modus operandi da indústria onde a formação é vista como um meio para promover a venda de material, e não como uma tarefa nobre de cultivo e reforço de procedimentos e técnicas. Foi neste contexto que a GUE desenvolveu os seus programas de formação focados na mestria de procedimentos, donde o aluno - você – pode ter acesso a uma experiência enriquecedora e positiva de aprendizagem.

Qual o nível da sua técnica de mergulho ?

As nossas competências de mergulho devem ser desenvolvidas em sintonia com, e acompanhar, o tipo de mergulho que realizamos. Um mergulhador recém-certificado terá um nível de competência distinto de um mergulhador em gruta ou explorador de águas profundas. Contudo a lista de técnicas relevantes é muito parecida entre estes 3 tipos de mergulhador. De facto, a abordagem da GUE “iniciar tendo em mente o objetivo final”, foca-se nas técnicas que são necessárias para todos os mergulhadores, e garante que se começa por desenvolver uma base sólida de capacidades.

Os principais domínios das técnicas a avaliar e refinar são: estabilidade, flutuabilidade, trim, equilíbrio e propulsão. Mergulhadores avançados ou mais experientes muitas vezes sobre estimam as suas reais capacidades nestes domínios.

Estabilidade na água

Uma das técnicas mais difíceis de conseguir no mergulho é o de simplesmente ficar parado a flutuar, uma vez que existem muitas influências e forças que nos levam a mover. Contudo esta estabilidade é um requisito base para todos os mergulhadores, uma vez que se torna difícil, se não mesmo impossível, realizar qualquer tarefa numa posição instável. Alterações à posição do equipamento, lastros e ajustes têm um impacto importante neste domínio. Muitos mergulhadores inconscientemente mexem as mãos e outras partes do corpo, reduzindo assim a sua estabilidade e até causando danos ao ambiente à sua volta. Mergulhadores recém-formados devem treinar para reduzir estes movimentos o mais possível, enquanto mergulhadores mais experientes devem já ter muito pouco movimento, e mergulhadores técnicos devem conseguir permanecer imóveis.

Controlo de flutuabilidade

Controlo de flutuabilidade e estabilidade andam de mãos dadas, e melhorias num domínio trazem melhorias no outro. Todos os mergulhadores devem ambicionar reduzir e eliminar todos os movimentos verticais não intencionais. Mergulhadores recreativos devem conseguir manter-se a flutuar a uma determinada profundidade com uma variação de +/-1.5 m/5 ft, enquanto mergulhadores avançados devem conseguir reduzir a variação para menos de 1 m/3 ft. Variações excessivas de flutuabilidade trazem risco para o ambiente, o equipamento do mergulhador e até para o próprio mergulhador, para além de dificultarem a manutenção da estabilidade uma vez que a expansão e compressão do gás na asa, com as variações de profundidade, cria um efeito “yo yo” difícil de controlar. O refinamento deste domínio vai-se tornando cada vez mais importante à medida que se vão aumentando os tempos de mergulho até atingir ou ultrapassarem os limites do mergulho recreativo.

Trim e Equilíbrio

Trim e equilíbrio referem-se à posição do mergulhador na água, relativamente ao eixo definido pela cabeça e pelos pés: trim relativamente ao posicionamento horizontal e equilíbrio relativamente à rotação da linha dos ombros. O domínio destas técnicas reduz fortemente o esforço de deslocação e o consumo de gás, contribuindo assim para uma maior capacidade de efetuar mergulhos cada vez mais longos. Na maioria dos ambientes um trim perfeitamente horizontal é a posição ideal, uma vez que reduz a resistência à água, aumenta a estabilidade, melhora a eficiência da propulsão e ajuda a controlar a flutuabilidade.

O trim horizontal nem sempre é a posição ideal para todas as situações, o que é desejável é um controlo e ajuste do trim de acordo com o ambiente específico onde o mergulhador se encontra inserido. Mergulhadores que seguem o fundo de um recife ou gruta, têm de ajustar o seu trim de acordo com o plano desse fundo.

De igual forma os mergulhadores devem estar conscientes da sua inclinação (equilíbrio) na água e assim evitar movimentos desnecessários das suas mãos e barbatanas.

O trim e o equilíbrio adequado conseguem-se através da consciência do posicionamento do corpo, da colocação do equipamento e do lastro. Como todas as técnicas importantes, é necessário investir tempo na repetição para aperfeiçoar este domínio.

Melhor trim e equilíbrio: como desfrutar mais

A melhor maneira de alcançar uma experiência positiva de mergulho é através do aumento da eficiência e redução do esforço. Mergulhadores com uma configuração simples, um trim adequado, e um bom controlo de flutuabilidade são mais estáveis na água, usam menos energia, e consomem menos gás e sentem se menos pressionados. Tudo isto contribui para prolongar os tempos de mergulho e tornar a experiência mais positiva.

Mergulhadores que sejam eficientes têm menos probabilidades de encontrar problemas durante o mergulho, e são capazes de se moverem rapidamente para resolver qualquer situação. Mergulhadores bem treinados conseguem limpar e até remover a máscara mantendo a flutuabilidade, sem perder o trim e a estabilidade, e têm a capacidade de utilizar várias técnicas de propulsão de acordo com o ambiente onde se encontram. Estes mergulhadores estão atentos a tudo o que os envolve, conseguem antecipar, evitar e resolver problemas muito antes de estes escalarem para situações mais complexas. Resumidamente estes mergulhadores desfrutam mais dos seus mergulhos, com menos pressão.

Instrutores GUE

Os nossos instrutores são sujeitos a um escrupuloso processo de seleção e instrução para assegurar a melhor experiência de mergulho a todos os alunos. Os instrutores GUE possuem um elevado nível de conhecimentos e excelente domínio das técnicas de mergulho, assim como uma capacidade de comunicação e de transmissão de conhecimentos efetiva.

Programas de Formação de Instrutores

O processo para ser um instrutor GUE pode ser longo e muito exigente; assim o confirma o grupo limitado que logrou chegar a esse patamar. Isto deve-se não apenas ao elevado grau de exigência nos níveis a alcançar, mas também à necessidade de uma requalificação periódica de todos os instrutores. Os instrutores, todos os anos, são obrigados a ultrapassar rigorosos testes físicos, e a demonstrar a sua capacidade de transmissão de conhecimentos e técnicas de mergulho de acordo com a sua credenciação mais elevada. À primeira vista este requisito pode parecer óbvio, mas a GUE continua a ser a única agência de mergulho que aceita o impacto financeiro negativo de ter menos instrutores, valorizando pelo contrário à sua capacidade e qualidade. 

Todos os cursos de mergulho são monitorizados através de um processo de controlo de qualidade, – outra inovação GUE - onde se exige a todos os alunos o preenchimento de um questionário antes de ser processada a certificação do curso. O sistema de qualidade integra um departamento de Controlo de Qualidade que monitoriza o seguimento das normas e regulamentos em vigor, e um departamento de Garantia de Qualidade que proactivamente identifica pontos fracos relacionados com os programas de formação.

Uma outra prática que distingue a GUE, é a de não aceitar o modelo de “cross-overs”. A forma mais frequente de fazer crescer uma agência na indústria do mergulho, é permitir que um instrutor de outra agência seja credenciado de forma expedita (o “cross-over”). Este processo facilita a gestão financeira da agência, mas é contraproducente com respeito à qualidade e aos melhores interesses dos alunos. 

O processo de formação e renovação de instrutores garante um núcleo restrito de instrutores que demonstram um entusiasmo e interesse ímpares pelo êxito dos seus alunos, e uma constante busca pela excelência na área da formação. Estes indivíduos representam os princípios nucleares da GUE, e ajudam a criar e a crescer as comunidades de mergulhadores que por sua vez inspiram e apoiam todos os mergulhadores.

Programa de Gestão de Qualidade

A GUE investe recursos consideráveis no desenvolvimento e manutenção de instrutores e programas de formação da mais alta qualidade da indústria. Este processo é ainda suportado pelo Programa de Gestão de Qualidade, que tem como objetivo salvaguardar a qualidade e segurança de todas as atividades de mergulho da GUE. Este programa apesar de estar principalmente virado para os instrutores e cursos, apoia também a prática do mergulho em segurança nas comunidades.


Este programa contempla:

  • Departamento de Controlo de Qualidade, responsável por assegurar o cumprimento dos standards pelos instrutores e durante os cursos
  • Departamento de Garantia de Qualidade, liderado pelo Diretor de Gestão de Risco, que proactivamente procura identificar áreas onde é necessário melhorar a estrutura orgânica
  • Administradores de Formação, que desenvolvem e organizam os programas de formação e os seus detalhes administrativos
  • Administrador de Standards e Procedimentos, que mantêm a integridade dos standards e procedimentos da organização
  • Conselho Diretivo, que monitoriza cada elemento, enquanto realiza as suas próprias avaliações e iniciativas de desenvolvimento

O foco da GUE na qualidade é apoiado pelos seguintes componentes: relatórios dos cursos e dos instrutores, avaliações anuais dos instrutores, requalificação de mergulhadores e instrutores, formulários compreensivos de cada curso, formação rigorosa, normas processuais, e níveis de exigência mensuráveis de desempenho detalhados para cada curso. Um minucioso processo de queixas e reclamações, permite recolher a informação necessária para avaliar o risco, qualidade, eficiência, profissionalismo e segurança durante os cursos. Os Diretores de Formação e Qualidade têm autoridade para de forma imediata suspender qualquer um dos intervenientes tendo em vista garantir a segurança dos alunos.

Os formulários de controlo de qualidade são pedidos a todos os alunos antes de se proceder à emissão dos seus cartões de certificação. Por defeito os formulários são confidenciais, mas o próprio aluno tem a opção de autorizar a sua divulgação ao instrutor, tendo em vista favorecer e fortalecer uma comunicação aberta.

No final de cada ano, são compilados os relatórios de qualidade de cada instrutor, onde se identificam os seus pontos fortes e fracos a fim de permitir o seu aperfeiçoamento. Estes dados ajudam a organização a refinar os programas de formação dos alunos, ajustar os programas de formação de instrutores e a personalizar os processos de requalificação dos mesmos.

CONFIGURAÇÃO de Equipamento GUE

A normalização é um dos fatores que mais contribui para o trabalho em equipa, o aumento de eficiência, uma mais eficiente aprendizagem, e para um mais eficiente apoio de atividades logisticamente complexas. É por esta razão que os programas de formação e atividades de mergulho requerem uma configuração padronizada de equipamento.

O padrão de configuração base da GUE adere à filosofia de “iniciar tendo em mente o objetivo final”. A operação do equipamento e os procedimentos a ele associados aprendidos desde o primeiro curso de mergulho GUE, acompanham o mergulhador durante a sua evolução. Também a sua característica modular evita a necessidade de trocar de equipamentos à medida que as exigências dos mergulhos vão aumentando, sendo apenas necessário adicionar novos componentes ao sistema base. Desde o primeiro dia, os mergulhadores começam a utilizar a mesma configuração usada pelos exploradores de ponta.

Para além de fomentar a memória muscular, a compatibilidade entre a equipa, e a familiaridade, a configuração GUE está testada e provada, é minimalista, simples e fiável. Se esta configuração serve para os mais avançados mergulhos de exploração alguma vez realizados, servirá sem dúvida para qualquer mergulhador em qualquer ambiente. 

Backplate – A base solida do sistema, equipada com um arnês de cinta única para maior segurança e conforto. É equipada com um número mínimo de D-rings, estrategicamente colocados para arrumação de todos os acessórios. A precinta de entre pernas em conjunto com o ajuste correto do arnês à volta da cintura, permite uma colocação comoda e funcional que se mantém estável e firme independentemente da nossa posição na água, ou do equipamento que adicionamos.      

Asa – Acoplado ao backplate vem o compensador de flutuabilidade, ou asa. O seu desenho simples, circular, hidrodinâmico, de fixação posterior, permite uma operação simples, e uma capacidade de posicionamento muito comoda e flexível na água (trim). Mesmo cheia o seu volume não retira manobrabilidade de movimentos. 

Reguladores – Quer seja com garrafa simples ou dupla (bis), a configuração frontal dos reguladores mantem-se igual. A única diferença está na parte de trás; um primeiro andar para uma garrafa simples, ou dois primeiros andares para bis. Os princípios a configuração e o modo de emprego mantem-se inalterados.

Regulador principal com mangueira longa  – No regulador principal pelo qual respiramos por norma, está montada uma mangueira de 7 ft/210 cm, que passa pelo lado direito posterior do mergulhador, atravessa o peito, e dá a volta por trás do pescoço. É este o regulador que utilizamos em caso de partilha de gás. Não só estamos a partilhar o regulador do qual acabamos de respirar (pelo que certamente se encontra a funcionar), mas também vamos ter espaço de manobra e conforto para gerir o procedimento de partilha de gás independentemente do ambiente de mergulho. 

Regulador secundário – Montado numa mangueira mais curta, fica posicionado por baixo do queixo com um elástico colocado à volta do pescoço, sendo deste modo de fácil acesso sempre que for necessário partilhar gás com um companheiro, ou em qualquer outra situação.  

Lanterna Primária – As equipas de mergulhadores GUE dependem da forma eficaz como os seus membros comunicam entre si. A lanterna primária não oferece apenas iluminação, é também uma ferramenta de comunicação eficiente, com recurso a um estreito feixe de luz brilhante. A lanterna primária permite chamar a atenção dos nossos companheiros sem nos termos de deslocar até eles. A bateria, protegida num contentor hermético (canister) é fixada à cintura do mergulhador no arnês do lado direito podendo também ser utilizada para arrumar a mangueira longa.

Lanternas Secundárias – Tal como com os reguladores, também a lanterna primária necessita de um backup em caso de avaria, sendo utilizadas para o efeito duas lanternas secundárias de desenho simples, que se acendem enroscando a cabeça. São robustas e confiáveis para uso em qualquer ambiente que seja necessário iluminar. São guardadas no arnês, prontas para utilizar em qualquer momento.     

Todos os cursos de iniciação incluem uma discussão detalhada da configuração padrão assim como do modo de emprego de cada um dos seus elementos. O equipamento por si só não compensa as fraquezas do mergulhador, mas uma formação solida na sua utilização e uma prática consistente ajudam em muito a melhorar o conforto, e segurança do mergulho.